quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

OS VIVOS E OS MORTOS

Passando certo dia por um cemitério, Cristo viu um jovem ajoelhado, chorando diante de uma cruz. Jesus compadeceu-se e perguntou-lhe: Por que Choras? Apontando um túmulo, o jovem respondeu: Minha mãe está enterrada aqui há três dias. Jesus disse: meu filho, aí tua mãe não estar. Aí só se depositou a última vestimenta que ela agora abandonou. Levante-te e segue teu caminho, pois tua mãe te espera.
O rapaz moveu a cabeça e disse: Não. Não esperarei a morte aqui, irei reunir a ela. Não entristeças, disse Jesus: Com esta dor egoísta e estéril, a alma da que te precedeu, atrasa o caminho até Deus. Em vez de chorar por tua mãe, ressuscita-lhe. Pois aquela, a cuja perda lamenta, estar perto de ti. Tu trabalharás para ela e ela rogará por ti. Como Trabalharei para ela? perguntou o órfão. Agora ela está sob a terra, não necessita de trabalho.
Jesus disse: enganas-te meu filho, estás novamente confundindo o corpo com a vestimenta. Ela tem agora, mais que nunca, necessidade de inteligência e de amor, no mundo onde ela vive. Tu és a vida de seu coração e a preocupação de seu espírito, e, ela te chama em sua ajuda. Para ter o direito de descansar, é preciso trabalhar. Se não trabalhares por tua mãe, torturarás sua alma. Ela tem um corpo na terra: é o teu: tu tens uma alma no céu: é a dela. Que essa alma e esse corpo caminhem juntos e tua mãe viverá.
Os mortos são os que não pensam e não amam, pois trabalham para a corrupção e a corrupção os mata sem amor. O amor é o laço que une as almas e quando esse laço é puro, ele é indestrutível. Tua mãe te precedeu no caminho até Deus, mas ela estar presa a ti. E, se tu dormes no sofrimento egoísta, ela se verá obrigada a esperar-te e por isso seu sofrimento durará até a tu chegada lá.
O jovem, então, levantou-se. Suas lágrimas cessaram de correr e Jesus tomando-o pela mão, disse-lhe: Vem! Conduzindo-o em seguida ao topo de uma colina que circundava a cidade, exclamou: Olha o verdadeiro campo dos Sepulcros. Ali, naqueles palácios que tiram a beleza do horizonte, há mortos pelos quais é preciso chorar. Eles só pensam no mundo da corrupção, vivem enterrados como se nas paredes de um caixão e como selvagens carniceiros, disputam restos de presas com os vermes.
Ditas estas palavras, Cristo desapareceu e o jovem, silenciosamente volta à cidade, pensando: Vou procurar os vivos entre os mortos. É fácil os vivos amam.

Resumo de pesquisa do Irmão Manoel de Souza Carmo, da ARLS Deus e Crateús nº 20 - Baseado no Trabalho do Eliphas Levi, do Site da Sociedade das Ciências Antigas, cujo original consta do Blog: ms-carmo.blogstop.com

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